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quarta-feira, 5 de junho de 2013

O ecumenismo é bom?


1 one-world-religionAntes de responder à pergunta convém estabelecer o que é ecumenismo. Para isso, uma rápida consulta ao dicionário Priberam de língua portuguesa, devolve o significado: “tendência para a união de todas as igrejas cristãs numa só”. A edição Infopédia, da Porto Editora, confirma: “movimento tendente a unir todas as igrejas cristãs”.
Tendo isto assente, podemos então refletir nos prós e nos contras deste conceito.
Convém começar por dizer que, regra geral, é da parte da Igreja Católica Romana que o termo é mais usado. As outras confissões cristãs – e não só… – preferem usar expressões como “diálogo inter-religioso” ou “interconfessional”. Na mesma linha, este tipo de iniciativa parte normalmente na igreja romana. Fonte ligada ao atual Papa Francisco, que está no cargo há poucas semanas, já se referiu a isso como um caminho “sem incertezas”.
As outras igrejas cristãs têm, de uma forma geral, aderido com interesse a esta vontade romana. A Aliança Evangélica Mundial até já manifestou o seu apoio ao Papa no sentido de promover essa união.
Parece, portanto, que estamos num caminho consensual e sem retorno no que diz respeito a um maior estreitar de laços entre os vários setores do cristianismo, talvez mesmo uma unificação de crenças que, não tenha ilusões, é o objetivo final de tudo isto.
Havendo diálogo pacífico, entendimento e concordância que leve a uma posição unida e de comum acordo entre os vários grupos, poderemos colocar isso em causa como não sendo positivo? Poderemos arriscar dizer que esse é um trilho errado que não trará nada de bom? Poderemos afirmar que isto é errado?
Pois bem, não apenas podemos como até o fazemos declaradamente: o ecumenismo é um atentado severo e grave contra os princípios fundamentais da reforma protestante que começou há quase cinco séculos mas ainda não terminou; é uma ferramenta que intenta castrar, impedir a conclusão dessa obra.
Se por um momento somos levados a pensar que esse diálogo visa estreitar ligações e promover compreensão entre as várias partes, é melhor sermos desde já desenganados: isso não é verdade! O objetivo final e único do ecumenismo, do ponto de vista de quem mais o promove, que como disse é Roma, é que todas as outras igrejas (não apenas as cristãs!) reconheçam a autoridade e superioridade religiosa e moral da Igreja Católica, entregando-lhe o poder que outrora desfrutou mas que entretanto foi ferido.
Recuperemos alguns avisos (destaques meus):
“Os protestantes lançarão toda a sua influência e poder ao lado do papado” (idem, Maranata, Meditações Matinais 1977, p. 179).
“O protestantismo dará a mão da comunhão ao poder romano” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 910).
E, para não deixar margem para dúvidas, leia atentamente esta citação:
“Não conseguimos ver como a Igreja romana poderá desembaraçar-se da acusação de idolatria. … E esta é a religião que os protestantes estão começando a encarar com tanto agrado e que finalmente se unirá com o protestantismo. Esta união não será, porém, efetuada por uma mudança no catolicismo, pois Roma não muda. Ela declara possuir infalibilidade. É o protestantismo que mudará. A adoção de ideias liberais, de sua parte, o conduzirá ao ponto em que possa apertar a mão do catolicismo” (Ellen White, Review and Herald, 1 de junho de 1886).
Portanto, nesse suposto diálogo, Roma não irá conceder nem abdicar de atributos que entende como prerrogativas, como sejam definir a moralidade social e espiritual. À sua boa maneira, quem livremente quiser admitir, reconhecer isso, será bem-vindo no cumprimento das exigências romanas; caso haja alguma divergência, Roma tem uma experiência milenar em como tratar os que não estão de acordo com os seus ditames.
Caso este ecumenismo fosse orientado pelos princípios e valores bíblicos, fossem estas as premissas que baseassem todo o diálogo e conclusões retiradas, eu seria o primeiro a apoiar estes movimentos. Mas não é isso, muito pelo contrário, o que se pretende nem o que irá acontecer.
O ecumenismo é uma forma encapotada de levar as igrejas cristãs ditas protestantes a desistirem definitivamente do protesto. Renunciando às razões fundamentais que as trouxeram à existência – entre as quais se conta a renúncia à autoridade antibíblica do romanismo – aprestam-se a ceder cobardemente no campo de batalha, confirmando o perigo de declínio que se nota quando essa reforma é estancada num patamar que fica aquém da obra completa.
É por isso uma pena ver destacados líderes religiosos elogiarem tanto os esforços ecuménicos. São guias cegos que não têm noção do abismo para o qual conduzem os seus rebanhos.
Daqui vem que o povo encarregado de concluir a reforma protestante, aquele que se encontra no derradeiro degrau da empreitada reparando as brechas que ainda restam, não se deve dar a este tipo de iniciativa.
Não pode haver união entre a luz e as trevas – e aqueles que Deus mandatou para refletir e espalhar a luz não se devem aventurar na escuridão das cogitações romanas. Desgraçadamente, vemos muita união quando aquilo que Deus tanto pede é separação.
“… Que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, e eu vos receberei” (2 Coríntios 6:14-17).

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