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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Amantes de padres pedem ao papa fim do celibato


Orientação da igreja, não da Bíblia
“Querido papa Francisco, somos um grupo de mulheres de muitas partes da Itália (mas não só dela) que lhe escrevem para romper o muro de silêncio e indiferença em que nos encontramos. Cada uma de nós vive, já viveu e quer viver uma relação de amor com um sacerdote, pelo qual está apaixonada.”  É assim que começa uma carta pública escrita por um grupo de 26 amantes de padres ao papa Francisco. Elas pedem ao pontífice que ponha um fim ao celibato sacerdotal obrigatório para que os padres católicos possam se relacionar com mulheres e casar com elas. Na carta, as amantes falam sobre suas aventuras amorosas com sacerdotes da Igreja Católica e relatam o sofrimento de viver o amor proibido. Elas pedem uma reunião com papa Francisco para discutir a proposta do fim ao celibato sacerdotal. A carta foi publicada pelo site Vatican Insider, do jornal italiano La Stampa

“Sabe-se muito pouco do sofrimento devastador a que uma mulher que se apaixona fortemente por um padre está submetida. Queremos, com humildade, por a seus pés nosso sofrimento para que algo possa ser mudado [...] para o bem de toda a Igreja”, diz outro trecho da carta. “Amamos esses homens [sacerdotes], eles nos amam e, na maioria dos casos, com toda vontade possível”, afirmam elas. O grupo argumenta que, diante do celibato sacerdotal, restam aos padres duas opções: abandonar o sacerdócio ou viver um amor secreto. “É uma escolha dolorosa.”

Para essas mulheres, se o celibato sacerdotal fosse opcional, os padres passariam a servir à Igreja Católica com uma paixão ainda maior e deixariam a vida de clandestinidade, “com a frustração de um amor incompleto”.

No início do cristianismo, o celibato clerical não era obrigatório [Pedro mesmo era casado].Foi institucionalizado durante a Idade Média, justificado principalmente por uma questão econômica – não interessava à Igreja ver suas riquezas repartidas como herança aos filhos dos padres; e também social, a fim de que os sacerdotes se dedicassem total e exclusivamente à Igreja. 

Em suas poucas manifestações públicas sobre a polêmica, papa Francisco costuma mostrar-se favorável à manutenção do celibato. “Apesar dos prós e contras, os frutos [da manutenção do celibato] são mais positivos que negativos”, disse no livro Sobre o céu e a terra, escrito por ele e pelo rabino Abraham Skorka. 

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A “gospelização” está em alta


Uma igreja mundanizada
Pense num beco estreito e sombrio, com calçamento de paralelepípedo, cercado de galpões. Imagine-se entrando por uma das portas, de madrugada. Você avista jovens dejeans rasgado e camiseta preta, cabelo eriçado, bracelete, tatuagem e piercing. Com latinhas de energético à mão, eles dançam sorridentes e saltitantes. Casaizinhos em cantos escuros trocam carícias e beijos... A descrição é de um encontro evangélico (evangélico?) que está se tornando cada vez mais comum, e com o apoio das lideranças, nestes tempos pós-modernos. Estou falando da “balada gospel”, diferente da balada original, mundana, visto que foi “gospelizada” pelos seus frequentadores, pertencentes à “geração gospel”. Muitos cristãos (cristãos?) do nosso tempo têm usado o adjetivo “gospel” para “santificar” atitudes, posturas, comportamentos, condutas e eventos que outrora estavam relacionados a pessoas que não conhecem o Evangelho. Parte-se da premissa de que o crente tem liberdade para fazer o que quiser e se divertir do jeito que bem entender – mesmo que imite o mundo –, e ninguém tem nada a ver com isso.

“Não me diga que você é um daqueles protestantes retrógrados que ainda pensa que participar de festa junina é impróprio para o cristão. Deixa de ser legalista, meu chapa! Acorda, rapá!”, diria um famoso telepregador gospel. Isso mesmo: já existe o “arraiá gospel”, também conhecido como “festa jesuína”, inclusive em algumas pretensas Assembleias de Deus. O mesmo se aplica a baile e desfile de carnaval, música erotizante (que simula o ato sexual), esporte (esporte?) violento e sanguinário – cuja “bola” a ser chutada ou golpeada com a mão é a própria cabeça do “esportista” –, Halloween (conhecido como “Elohim”), “pegação”, etc.

Como se depreende da leitura deste artigo, “gospelizar” é, pretensamente, “tornar evangélico”. Uma vez “gospelizado”, o que outrora era considerado pecaminoso pode ser praticado livremente, sem peso de consciência. O lema dos crentes da “geração gospel” é: “Vamos curtir a vida. Afinal, Jesus não é careta.”

Os líderes e membros das igrejas “gospelizadas” se conformaram com o mundo. Seus cantores se inspiram em astros mundanos, como declarou, há algum tempo, o integrante de uma famosa banda gospel: “A gente ouve Bob Marley, mas só para se informar.” A tônica das mensagens “evangelísticas” pregadas nessas igrejas é: “Venha como está e fique como quiser.”

Empreguei o termo “gospelização” pela primeira vez em abril de 1994, em um texto que escrevi para o jornal Mensageiro da Paz. À época, escrevi: “Os que quiserem podem até pular carnaval, pois já existem blocos de ‘samba evangélico’. Para os apreciadores de bebidas fortes já existe a ‘cerveja gospel’, sem álcool, é claro. E não ficaremos surpresos se lançarem o ‘cigarro gospel’, sem nicotina.” Naquela época, esse texto soou como profético para os conservadores, e ácido demais para os liberais, em razão de o processo de “gospelização” ainda estar em seu início.

Não tenho conhecimento de que o “cigarro gospel” tenha sido inventado. Em compensação, hoje temos o “carnaval gospel”, o “arraiá gospel”, o “dia das bruxas gospel”, as “lutas de gladiadores gospel”, o “barzinho gospel”, a “balada gospel”, o “funk pancadão gospel”... Como diz um “meme” do Facebook, “só está faltando o inferno gospel.”

(Ciro Sanches Zibordi é pastor da Assembleia de Deus)

Nota: Certa vez, conversava com um “amigo de Twitter” que não vê mal algum em misturar o rock e estilos musicais assemelhados com música cristã, e ele procurava argumentar que a Bíblia não traz recomendação alguma sobre esse ou aquele estilo musical, sendo essa uma questão cultural. De fato, a Bíblia não fala de rock, nem poderia, é óbvio. Ela também não fala sobre sexo virtual, maconha, baladas e MMA. Mas, para quem a conhece bem (e nem precisa ser tão bem assim) e a estuda constantemente, seus princípios gerais são suficientes para mostrar que certos estilos de vida, modismos e comportamentos não são apropriados para quem quer manter a mente pura e a comunhão com Deus. Perguntei, então, ao amigo o que ele pensaria se um dia o funk carioca fosse adotado como música “evangélica”. Por que deveria haver objeção a isso? Ele me respondeu simplesmente que “Deus é quem sabe”. E a resposta dele, para ser coerente com seu pensamento, não poderia ser outra. Se tudo se trata de uma “questão cultural”, o que determina a adoção de algo é apenas sua aceitação geral e o gosto do “freguês”. E basta que não haja uma proibição explícita na Bíblia para que o uso seja “sacralizado”. No texto acima, o pastor Ciro chama atenção para um problema comum: o ato de beber em fontes duvidosas com a desculpa justificativa de que isso é “referência”, que pode servir de “inspiração”. Desde quando o apologista da maconha Bob Marley pode ser referência para cristãos? Quando Davi compunha suas músicas, suas referências eram o próprio Deus e a natureza. A alegria genuína que muitos de seus hinos revelam nascia de seus sentimentos em relação à graça de Deus, não de batidas que geram êxtase. Que se saiba, Davi não procurava ouvir músicas filisteias a fim de se inspirar. O marco de separação entre os filhos de Deus e os que não O servem sempre foi claro na Bíblia. Isso diz respeito à alimentação, ao vestuário, aos entretenimentos e, claro, também à música. Para “ganhar o mundo”, não precisamos nem devemos nos igualar a ele. Precisamos apresentar-lhe algo melhor e mais nobre. Dá para imaginar Jesus e Seus discípulos numa “balada gospel”? Deus nos livre disso! [MB] 

terça-feira, 13 de maio de 2014

Estudo da USP analisa saúde dos adventistas brasileiros


Estilo de vida
Uma pesquisa científica pioneira realizada pela USP (Universidade de São Paulo), que vem analisando o estilo de vida de membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil com idade entre 35 e 74 anos, promete trazer contribuições importantes para a saúde pública no Brasil. Trata-se do Estudo ADVENTO (Análise de Dieta e Hábitos de Vida na Prevenção de Eventos Cardiovasculares em Adventistas do Sétimo Dia), financiado pela USP, Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e Incor (Instituto do Coração), e apoiada institucionalmente pela organização adventista. Embora os resultados ainda sejam preliminares, o estudo já mostrou menores níveis de colesterol, glicose, creatinina e marcadores inflamatórios nos indivíduos que têm maior número de hábitos saudáveis, como dieta vegetariana ou mais próxima do que recomenda a Igreja Adventista. O estudo foi noticiado pelo maior portal de notícias evangélico do Brasil, o Gospel Prime (confira a reportagem direto da fonte) na sexta-feira, 2 de maio.

O coordenador geral da pesquisa é o cardiologista do Incor do Hospital das Clínicas da USP e chefe da UTI do Hospital Adventista de São Paulo, Everton Padilha Gomes. Segundo ele, o estudo, proposto em sua tese doutoral, busca analisar o estilo de vida entre adventistas e compará-lo com o de uma população não pertencente à Igreja. “Este é um estudo pioneiro no Brasil por correlacionar dieta e aparecimento de aterosclerose subclínica. Graças a pesquisas semelhantes desenvolvidas em outros países, hoje se sabe, por exemplo, da importância de cuidados com a pressão arterial e com a dieta para a prevenção dessas doenças”, explica Gomes.

Além da dieta, a pesquisa clínica leva em conta também outros hábitos de vida, a exemplo de tabagismo e etilismo passado, bem como o estado psicossocial, padrões de desempenho neurocognitivo e capital social (capacidade de assistência ou rede de solidariedade com que uma pessoa possa contar).

No total, 1.500 adventistas serão pesquisados, divididos em três grupos: 700 ovolactovegetarianos, 300 vegetarianos estritos e 500 não vegetarianos.

Diante das possíveis contribuições do estudo para a saúde pública no País, o objeto de estudo vem despertando o interesse de outros grupos de pesquisa. “Pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo também já começaram a desenvolver estudo semelhante”, informa.

De acordo com o coordenador geral do Estudo ADVENTO, no decorrer da investigação vêm surgindo também parcerias com o setor privado. “A empresa de cosméticos Natura, que conta com um setor voltado para pesquisas, doou equipamentos para que analisemos também a pele dos adventistas”, ressalta.

Para a realização da pesquisa, a universidade brasileira firmou ainda um convênio técnico com a  Loma Linda University, nos Estados Unidos, que acaba de divulgar os resultados de um segundo estudo científico de longo prazo, o Loma Linda University Adventist Health Study-2 (AHS-2), que concluiu que aqueles que são vegetarianos têm menos risco de doença cardíaca, em comparação com aqueles que comem carne. O AHS-2 pesquisou 96 mil indivíduos dos Estados Unidos e do Canadá. O primeiro, denominado AHS-1, foi realizado entre 1974 e 1988 e, a partir do exame da saúde de mais de 34 mil adventistas na Califórnia, Estados Unidos, concluiu que o grupo examinado vivia mais que os demais habitantes da região.

Segundo acredita o pesquisador adventista, a sobrecarga no sistema público de saúde desperta cada vez mais o interesse de organizações governamentais e privadas em pesquisar grupos que estão mais próximos daquilo que a sociedade médica recomenda para uma melhor saúde, adotando hábitos efetivos na prevenção de doenças. Por isso, grupos como os adventistas têm se tornado foco das atenções.

“Um estudo como esse pode gerar uma percepção positiva duradoura em relação à Igreja. Eu espero que essa compreensão do que a saúde representa para os adventistas gere uma influência positiva na vida das pessoas e a decisão de praticar um estilo de vida mais saudável”, acredita Gomes.

Estudo ADVENTO conta com uma página oficial na internet que traz informações sobre seus objetivos e onde também são respondidas dúvidas dos internautas e esclarecidas questões alusivas aos métodos e procedimentos adotados para a coleta de dados, bem como em relação a quem pode fazer parte do grupo considerado.

De acordo com o médico, ainda estão sendo admitidos adventistas dos Estados de São Paulo e Espírito Santo para participarem do grupo que será analisado.

(Márcio Tonetti, USB)

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Querem combater um preconceito reforçando outro


"Macacos" versus "fanáticos"
A campanha antirracismo iniciada pelo jogador Neymar nas redes sociais sob a marcação #somostodosmacacos [confira aqui] no último domingo tem suscitado opiniões conflitantes. Logo após seu colega do Barcelona, Daniel Alves, comer uma banana que havia sido atirada no campo por um torcedor na intenção de comparar o jogador a um macaco, Neymar deu início a uma campanha no Instagram e no Twitter para descaracterizar a atitude preconceituosa. Soube-se, no dia seguinte, que o movimento havia sido pensado semanas antes, com o auxílio da agência de propaganda Loducca. Com isso, a opinião pública se dividiu e muitos se frustraram pelo fato de o movimento não ter uma origem espontânea – e sim ter sido orquestrado por profissionais. Mas, oportunista ou não, para a revista americana Time, a mais influente do mundo, a estratégia de Neymar e de sua equipe de marqueteiros foi “brilhante”.

Segundo a Time, Neymar e Daniel Alves “são garotos-propaganda perfeitos para uma campanha antirracismo” pelo fato de ambos terem projeção internacional e milhares de seguidores em redes sociais. A revista ainda aproveita para lançar uma crítica à FIFA, cuja atuação para reduzir o racismo no futebol não tem surtido resultados – sobretudo pelo fato de não haver punição para investidas preconceituosas no estádio, como foi o caso do torcedor que jogou a banana. “Marquem isso como uma lição para a FIFA, o órgão poderoso do futebol, que vem enfrentado dificuldades para encontrar formas de extinguir gritos racistas e abusos por parte de seus fãs ao redor do mundo. Fazer outra campanha inteligente executada pelos próprios jogadores e direcionada aos fãs mais novos pode render frutos similares”, diz a reportagem.

Ao site de VEJA, o publicitário Guga Ketzer, da Loducca, afirmou que a ação foi preparada duas semanas antes, depois que Neymar e Daniel Alves foram alvo de outra investida racista durante o jogo do Barça contra o Espanyol. Segundo o publicitário, Neymar havia planejado comer a banana em campo quando surgisse a oportunidade – e então lançar a campanha. [...]

Nesta quarta-feira, a agência Loducca enviou um comunicado à imprensa rechaçando críticas de que #somostodosmacacos também é um manifesto racista, justamente por manter a ideia da comparação entre negros e macacos. “Colocado como foi, ironicamente, na situação (logo após a maravilhosa atitude do Daniel Alves), a hashtag, mais a imagem de Neymar com seu filho, não chama os negros de macacos, mas lembra ou alerta os brancos que somos todos iguais, vindos ‘do mesmo macaco’. Este é um fato científico provado e comprovado (salvo alguns fanáticos que ainda questionam Darwin), não uma opinião”, informou a agência.

(Veja)

Nota: Além de ter criado uma campanha infeliz por realmente igualar os seres humanos a animais, a agência de propaganda se mete onde não foi chamada: numa discussão muito mais profunda e complicada. E se atreve a “resolver” o assunto com um simples “é um fato científico provado e comprovado”. Onde estão as provas da macroevolução? Quer dizer que viemos comprovadamente todos “do mesmo macaco”? E que história é essa de chamar de “fanáticos” aqueles que discordam da tese absurda de que “somos todos macacos”? Por que chamar de fanáticos milhões de pessoas que creem que fomos criados por Deus e não somos fruto de uma evolução a partir de supostos ancestrais animais? Querem combater um preconceito reforçando outro. Lamentável. #SomosTodosCriadosPorDeus [MB]