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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Você é um Acan ou um José?



Já pensou na influência que uma única pessoa pode fazer num grupo muito vasto? Pois é bem maior do que aquilo que podemos inicialmente imaginar, mesmo se essa pessoa não está inicialmente numa posição de liderança ou destaque.

Temos na Bíblia dois exemplos opostos que nos devem provocar uma séria meditação. São daqueles que nos fazem refletir na nossa própria condição, mais do que olhar à volta e identificar nos outros falhas de caráter, algo no qual todos são grandes especialistas.

O primeiro é o caso de Acan, essa personagem fugaz de um único episódio, motivo de metáforas do tipo contaminação de um copo de água pura com uma pequena e insignificante quantidade de terra.

Célebre tornou-se a história na qual Deus tinha dado instruções específicas acerca de como lutar e derrotar a cidade de Jericó: não tomar nada para espólio pessoal (Josué 6:17-18). Em segredo – para os seus pares, mas não para Deus – Acan violou a ordem.

Surpresa houve quando a expedição militar seguinte, à cidade de Ai, redundou em grande fracasso, quando as perspetivas dadas pelo relatório dos espias eram que a cidade seriafacilmente conquistada (Josué 7:2-5).

Arrazoando com Deus, o líder Josué ouviu a seguinte resposta do Senhor “Israel pecou, e transgrediram a minha aliança que lhes tinha ordenado, e tomaram do anátema, e furtaram, e mentiram, e debaixo da sua bagagem o puseram. Por isso os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos; viraram as costas diante dos seus inimigos; porquanto estão amaldiçoados; não serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós” (v. 11-12).

Ora, não deixa de estranhar a afirmação que Deus faz do pecado de “Israel”, e do texto usar sempre o plurar: “transgrediram”, “tomaram”, “furtaram”, “mentiram”. Então, de acordo com o verso 1 “Acan filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema”, não era apenas Acan que tinha feito isso?

O que sucede é que por haver pecado no acampamento, Deus tomou a nação – digamos antes, a igreja – toda como responsável. Não importou que 99,99% dos membros, dos crentes, estivessem numa posição de retidão perante o Senhor; uma única mácula foi o suficiente para contaminar a comunidade toda.

Poderá estar a pensar que Deus é demasiado rigoroso, até mesmo severo e que o inocente estava a pagar injustamente pelo culpado. Analisemos então uma história exatamente oposta.

José, o menino mimado de Jacó, motivo de ciúmes pelos irmãos e vendido como escravo, apanhou-se sozinho numa terra estranha, pagã, descrente do verdadeiro Deus.

Vendido a Potífar (Génesis 39:1), um alto oficial da nação, rapidamente as altas qualidades morais e inteletuais do jovem hebreu fizeram com que ele se destacasse (v. 2) entre todos os outros escravos naquele lugar. Por isso, Potífar colocou-o como governador, mordomo da sua casa, confiando-lhe todos os seus negócios (v. 4).

Fruto de circunstâncias falsas e uma torpe difamação (v. 14-15), José é atirado na prisão.

Acontece que naquele lugar de reclusão, José prosperou da mesma forma que na casa de Potífar. Por isso, também o carcereiro-mor lhe entregou o comando de todos os serviços da prisão (40:22-23).

Numa espantosa reviravolta de acontecimentos, Deus providenciou que José fosse chamado ao palácio do Faraó, para desvendar um mistério que nenhum sábio, prognosticador ou adivinhador do reino tinha sido capaz de resolver: a interpretação de dois estranhos sonhos do monarca egípcio.

Não sem antes atribuir ao Senhor a glória que lhe é devida (41:25), José revela ao Faraó tudo quanto ele queria saber, bem para além do limite imediato do sonho, indo ao ponto de instruir acerca do que deveria ser feito para o Egito sobreviver (v. 33-36) à calamidade anunciada (seca de sete anos).

Ora, tal e qual Potífar e o carcereiro-mor, também o Faraó percebeu rapidamente as extraordinárias qualidades de José, promovendo-o a governador da terra do Egito eentregando-lhe todos os negócios do rei. Um cargo de extrema importância, principalmente porque era necessário aproveitar os sete anos de fartura na preparação para os sete anos de seca.

Como sempre, José desempenhou a tarefa com todo o brilhantismo. E quando chegou o tempo de escassez, o Egito demonstrou-se auto-sustentável e até mesmo uma bênção para os seus vizinhos que, passando fome, iam àquela terra comprar mantimento (logo, o Egitoenriqueceu com a fome!)

Pense bem: uma terra pagã, idolátrica, que não reconhecia o Senhor, foi depósito das enormes bênçãos de Deus na ocasião de uma das suas maiores crises, pela postura e atitude de um único servo do Deus vivo. Enquanto a casa de José (seu pai e seus irmãos)passava fome, o Egito prosperava grandemente…

Recuperando o tema desta reflexão, não poderá haver maior contraste entre Acan e José: o primeiro, prejudicou a sua própria nação devido à infidelidade para com o Senhor: o segundo, foi a mão de Deus que beneficiou sem medida uma nação estrangeira.

Caro amigo, você tem sido um Acan ou um José? Tem sido fator de perturbação ou bênção? Tem sido um auxílio em tempos difíceis, ou um prejuízo no meio da bonança?

Termino relembrando o seguinte: José viveu com o seu pai até que este morreu, e perto dos seus familiares até à sua própria morte. Acabou os seus dias de maneiraa honrada e gerações depois ainda era lembrado com respeito (Êxodo 13:19). Acan, por seu lado, acabou, ele e a sua casa, executados e sepultados debaixo de um monte de pedras (Josué 7:25-26)...

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